quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Dona Mariquinha

Sabe quando você ama uma pessoa? Mas é amar mesmo? Não é uma paixão qualquer não. Amar, sabe? Então, é deste jeito. Não que eu esteja exagerando, para falar a verdade, eu sei que não estou fazendo nenhum exagero, mas é bom enfatizar que é amor mesmo, não um sentimento bobo qualquer.

Pois então. Uma vez eu ouvi, e não quis acreditar, que a gente nunca se casa com o grande amor de nossas vidas. Aquele amor arrebatador, que te joga na cama e te deixa com vontade de fazer nada o dia todo, e eu tô falando é de amor, não de dengue.

Pois então. Conheço gente que não acredita nisto e insiste em querer ser feliz para sempre com a pessoa que ela mais amou. Eu não, escolhi ser feliz para sempre com a pessoa que melhor amei. Não que o amor seja algo quantitativo para se dizer que ama mais ou menos alguém, mas a qualidade do amor, esta sim, pode ser medida.

Mas apesar destas besteiras de amar mais ou menos, pior ou melhor. A fulaninha foi lá e fez o que quis. Encontrou o primeiro que apareceu, chamou de meu amor, levou para casa e por lá ficou. Tipo aqueles homens das cavernas sabe? Com clava em uma mão e a mulher arrastada pelos cabelos na outra. Pois então. Foi deste jeito. Só que diferente. Diferente porque ela não precisou bater no coitado.

Coitado? É coitado. Não gosto de ter dó de homem, muitos deles nem isso merecem. Mas, deste eu tive. E tive muita. Não porque ele era bonzinho, mas é que ela era muito ruim. A endiabrada expirava maldade. O egoísmo e o cinismo eram tanto, que o pessoal dizia que onde ela pisava, nem margarida brotava. E olha que margarida dá em tudo quanto é lugar.

Mas, por falar em dar em tudo quanto é lugar, você tem que ver como que tá a filha do Seu Geraldo, ta numa sem-vergonhice de dá orgulho ao diabo mais velho do inferno. Dizem por aí que ela virou crente, crente da bunda quente isto sim. É um vestido mais curto que outro e cada dia que passa é um namorado novo, ou rolo, sei lá. O apelido da moça já ta virando Bahia, porque lá, plantando de tudo dá.

Voltando ao assunto, a fulaninha pegou e casou. Papel passado, vestido de noiva e com um 38 do lado, para caso o noivo resolvesse dar no pé. Mas bobo que era, nem se estivesse desalgemado e com as pernas desamarradas ele sairia correndo dali. Pois então, não tinha contado né? Ele teve que ir deste jeito pra igreja, casamento modesto, eu de testemunha, o padre de cúmplice, ela de seqüestradora e ele de vítima. Isto porque ela declarava aos quatro ventos que ele era o amor da vida dela, o homem que ela mais amou. Mas não sabe amar direito, assustou o rapaz e esperto que era quis se ver livre daquilo o quanto antes, só que não teve jeito, a diaba foi mais rápida e do jeito que ela o amarrou, ela levou.

Dizem por aí que hoje eles são felizes. Mas eu tenho minhas dúvidas. Porque o Seu Geraldo, o pai daquela outra, ouviu dizer e me contou que não se escuta conversa lá já faz três dias. Pode ter sido que ele não agüentou e se matou, ou então ela matou ele. Porque dizem as más línguas que a filha do Seu Geraldo andava dando trela pro marmanjo. Não que ele quisesse algo com ela, entre as duas, ainda era preferível a oficial. Esta, pelo menos, lhe seria fiel a vida inteira.

Se bem que até quem ama demais acaba sendo infiel. Não que este tipo de coisa me pertença, mas a infidelidade é algo inerente ao ser humano. Gosto da palavra inerente, faz a gente parecer inteligente e ouvi isto de um doutor que ficava ainda mais bonito quando falava isso, me dava uma quentura que cobria do dedão do pé ao último fio de cabelo. Que o meu marido não saiba disso, mas depois de 20 anos de casada, deixei de ser novidade, então acabaram os galanteios. Mas o doutor soube ver algo mim. Mas, eu não fiz nada. Se fosse a filha do Seu Geraldo, uma hora dessas estava com uma pensão gorda todo mês. Mas, dizem que traição é tudo aquilo que a gente faz e não pode contar para quem a gente ama. Não que soltar um pum e não falar seja traição, aí é vergonha. Mas sair para dançar com o doutor e ele nunca desconfiar de nada, isto é traição.

Mas traição mais feia foi a que vi outro dia. Assim em plena luz do dia. O filho da D. Maria, noivo a 2 anos da Carolina, tava no meio da praça aos beijos e abraços e adivinha com quem? Com a filha do Seu Geraldo. Aquela diaba em forma de mulher. Se a serpente teve filhos ela é sua predileta. Agora está lá. O filho da Dona Maria todo triste de um lado e a Carolina chorando litros todo dia. Por isto que existe o perdão. Mas é difícil perdoar, eu mesmo nunca perdoei o cretino do Antenor de ter me traído, mesmo sendo muito mais feliz sem ele.

O doutor também me disse que o rancor é um veneno que a gente toma esperando que a outra pessoa morra. Palavras bonitas desse danado, e é bem verdade também. Exemplo disto é o Olavinho, menino bom, mas tem muito rancor no peito. Só anda de cara fechada e querendo se mostrar melhor que os outros. Ele tem muito que aprender ainda. Pior é que se magoou a toa, por causa de uma confusão tão confusa e boba que prefiro nem contar. E não vou contar mesmo.

Depois a gente conversa mais, agora tenho que ir embora. Tenho uma consulta marcada com o Doutor, faço análise com ele tem seis meses e tenho melhorado bastante. Antes disto, eu era muito fofoqueira, adorava falar dos outros. Agora não, só falo sobre coisas e idéias. Sou quase uma filósofa. Por isso gosto do amor. Pois então, por falar em amor, você não tem idéia do que eu soube da Jaqueline, bom, mas isto eu conto depois.

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