quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Espinhos e Flor

É muito espinho pra pouca flor
É pouco riso pra muita dor
É pouca fala pra muito tempo
É muito silêncio pra tanto amor

É muito chão para chegar
É pouco tempo para ficar
É muito espinho pra pouca flor
É pouco riso pra muita dor

É saudade que começa agora
e não termina antes ir embora
É impaciência pra um futuro bom
é pouca calma para não sair do tom

É muito espinho pra pouca flor
é pouco riso para regar o amor
é muita luta pra pouca glória
é muita fé pra crer na vitória

É muita humanidade pra desacreditar
é muita divindade para amenizar
é muito chão pra pouco tempo
é pouca coisa para se apegar

É muito silêncio pra dois ouvidos
É muita sede para quem quer beber
É pouca fala pra tanto tempo
É muito motivo para viver e crer

É muito espinho para pouca flor
é muito amor pra quem acreditou
é pouca cor para tanta flor
é desafio pra quem já tentou

é coisa simples que se complica
é coisa frágil que cai e trinca
é coisa forte que levanta e anda
é coisa linda pra quem se ama

é tempo longe que fere a alma
é tempo perto que acalma
é tempo perdido com coisa pouca
é tempo ganho com o que importa

é tudo simples e a gente complica
é coisa simples que não se explica
é poesia morta que ganha vida
sou eu colocando o dedo na ferida

é muito espinho pra pouca flor
é pouco riso pra tanto amor
é tanta dor pra pouca flor
é pouca flor pra tanto amor.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Você tem medo de que?

pO medo é um sentimento que nos acompanha desde a infância. Temos medo de escuro, medo de bichinhos, de cachorros, lagartos, medo de piscina, medo de palhaço, papai noel, até da Cuca. Vamos crescendo e alguns medos se tornam bobos e engraçados ao serem relembrados. No entanto, estes medos vão embora e dão lugar a novos medos. O medo, até certo ponto, é essencial para a preservação da vida, afinal, se eu tenho medo de ser atropelado por um trem, isto me fará evitar andar em trilhos de trem. Mas, o medo também nos paraliza, nos confina a um estado que nos impede de receber as bençãos do futuro.

A pessoa que sente algum tipo de medo, na maioria das vezes, não consegue enxergar as coisas como elas realmente são. Quando criança, por muitas vezes, via sombras em minha janela e acreditava que eram monstros ou bandidos. Enquanto eu não parava para pensar e identificava que aquelas sombras eram, na verdade, as roupas balançando no varal, o medo continuava. Mas, nem sempre, conseguimos perceber que as sombras que nos assustam são apenas coisas bobas e inofensivas. O nosso olhar nos engana.

Por sua vez, nossa percepção é totalmente influenciada pelas coisas que vivemos no passado. Quando sofri um acidente de carro, sempre que estava em um carro, sentia que na próxima curva o carro desceria o barranco novamente. Medo! Claro que o carro não desceria novamente, mas só depois que a curva acabava é que eu tinha a certeza disto. Foi assim por um tempo. Depois, me acostumei novamente e as neuras acabaram.

Mas, alguns medos são mais sensíveis e até mesmo incompreensíveis, principalmente, quando envolve uma variável totalmente imprevisível chamada Ser Humano. Quando o nosso medo está baseado nas atitudes e decisões que outra pessoa pode ou não tomar, a coisa complica significativamente. Pois tudo influência na percepção que o indíviduo tem de si mesmo, das verdades que carrega consigo e do que ele espera do futuro. Desde o ambiente, passando pelas pessoas, até as experiências de relacionamento com estas pessoas e o modo como elas interferem na maneira de lidar com o mundo que o cerca. Por isto, temos este medo irracional de que a pessoa mude os planos da noite para o dia, e que, ao acordar, o que era certo está destruído.

Este tipo de medo, geralmente, é associado a um relacionamento amoroso (namoro, noivado, casamento, e outros), e ele tende a tomar proporções tão grandes quanto a importância daquele relacionamento para aquela pessoa. Se eu quero muito me casar com alguém, o fato dela conhecer novas pessoas em um novo ambiente, pode ser visto como uma ameaça extraordinária. Mas, existe uma cura para isto. Chama-se conversa, diálogo, reflexão.

Quando conversamos e vemos os nossos medos sob pontos de vistas diferentes daquele que transforma uma roupa no varal em um monstro, conseguimos enxergar a verdadeira proporção das coisas. Talvez, um monte de promessas e provas de que o monstro não é um monstro, não resolva. Mas, já é um remédio para esfriar o medo. Na conversa é possível saber qual é da outra pessoa, pelas pequenas atitudes podemos observar o que pode ou não acontecer, basta ser atento e conversar bastante. Quem tem o que esconder sempre revela-se nas entrelinhas, pode ser uma frase ou um olhar, mas a rocha que sustenta tudo ou o furacão que destrói, pode ser visto de longe em uma destas pequenas coisas.

Por fim, só acredito que só devemos ter medo do que não conhecemos. Ter medo do que conhecemos é desnecessário, temos apenas que respeitar a força do que tememos, mas sem deixar de encarar a fera nos olhos.

sábado, 1 de outubro de 2011

Deus e a Família

Há muito tempo atrás, há exatamente 10 anos, fui convidado a escrever uma redação com o título de "Deus e Família em Minha Vida". Na época, tinha 16 anos, muitos sonhos e planos, receios escondidos e orgulhos ostentados como se fossem troféus. 10 anos depois, fui convidado a refletir novamente sobre o mesmo assunto.

Uma coisa que pude perceber, é que, quando chegamos na fase adulta, temos o péssimo hábito de esquecer de ser filho. Na verdade, não é algo que nós rejeitamos voluntariamente, simplesmente acontece, às vezes, até mesmo por pressão dos nossos pais, e principalmente, por imposição da sociedade. Atualmente, aos 15 anos, já somos impulsionados a decidir todo nosso futuro profissional, somos pressionados a fazer cursinho pré-vestibular, escolher uma profissão, conseguir vagas nas melhores faculdades para conseguir os melhores salários, ser o primeiro em tudo, arranjar uma namorada (ou namorado), pensar no futuro, e por aí vai. Tudo isto, faz com que esqueçamos do principal que é ser filhos.

Ser filho é mais do que simplesmente ter pai e mãe, ser filho é se colocar na dependência de outra pessoa. Não só fisicamente, como espiritualmente. Partimos da verdade, que somos todos filhos de Deus, e quando dizemos isto, devemos agir como dependentes dEle. Não é apenas, dizer "Pai nosso que estais no céu" e querer ser dono do próprio destino. Na bíblia, temos a parábola do filho pródigo, que conta a história do filho que pegou sua parte da herança, caiu no mundo, e depois que tudo dá errado, volta arrependido para os braços do pai. Assim somos nós, quando queremos deixar de ser filhos, para fazermos nossas vontades, perdemos a proteção do pai. Por um tempo tudo é festa, diversão e maravilhas, mas, cedo ou tarde, a vida nos mostra que sempre seremos filhos. Então temos duas opções, voltamos para casa do Pai ou vivemos uma vida dura e amargurada.

Temos que, de fato, andar na contra-mão do mundo. Ignorar as vozes que nos direcionam para o impulso de deixar de ser filhos, e buscar sempre o abrigo da casa do Pai. Temos que nos colocar na dependência dos nossos pais e de Deus, e não ter vergonha de demonstrar este amor. É termos a oportunidade de abraçar nossos pais, ouvir seus conselhos com paciência, buscar a voz de Deus na fala destas pessoas que foram colocadas a serviço dEle para cuidar de nós aqui na Terra e, principalmente, não ser orgulhoso de pedir e liberar perdão para essas pessoas marivilhosas que, quando erram, fazem isto tentando acertar.

Amor é uma coisa... gratidão é outra.

Aprendi com o tempo, que quando se trata de amor, não existe fazer o certo ou errado. Não existe um sistema repleto de processos que causam este ou aquele efeito. O amor é imprevisível, para encontrá-lo você precisa ser levado por ele e não tentar conduzi-lo. Fazer algo para receber o amor de alguém, é totalmente dispensável, o amor é uma coisa, gratidão é outra.

Não são raras as vezes que escutei (ou disse): "Fiz tudo certo, agi da melhor maneira possível, tive sucesso em tudo que fiz, mas o amor me rejeita". Estas afirmações são típicas de pessoas que acreditam na meritrocácia, que fazem do amor uma fórmula matemática. Mas, repito, amor é uma coisa, gratidão é outra.

Felizes são aqueles que se entregam a outra pessoa com desprendimento e sem esperas por recompensas. Todos os demais, podem até encontrar a felicidade ao lado de outra pessoa. Mas, nunca o amor. Pois o amor não julga o bem e o mal, ele está acima destas questões. Ele apenas é o que é, não precisa de razões para existir.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Pensamentos Esparsos

Existem três tipos de pessoas: As racionais, as emotivas e as felizes. As felizes não se preocupam em estar certas o tempo todo, nem em fazer apenas o que o coração manda. Na verdade estas pessoas apenas flutuam entre o campo da razão e da emoção. É nesta posição confortável onde consegue-se andar pelos dois caminhos que estamos disponíveis para ser encontrados pela felicidade. Todo o resto é apenas ilusão.

Ilude-se aquele que pensa que pode ser feliz tomando apenas decisões racionais. A vida não é matemática para ser simplificada em fórmulas de sucesso. Se fustra aquele que pensa que encontrará a felicidade fazendo tudo o que, RACIONALMENTE, é o mais certo. Também se frustra aquele que segue apenas seu coração, acreditando que a vida abençoa aqueles que amam e que nunca lhe deixará faltar nada.

Feliz é aquele que conegue conciliar as duas coisas, que consegue satisfazer os desejos do coração sem tirar os pés do chão, que consegue ver uma razão escondida por trás dos delírios sentimentais. A vida não é matemática, a vida é como a poesia. Algumas não foram feitas para serem entendidas, apenas contempladas e sentidas.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Breve comentário

Não curto gente que defende a imagem de um Deus vingativo que vai te castigar por tudo que fizer e que você tem que aceitar Jesus na marra. Prefiro o meu, que me perdoa por ser imperfeito, me abençoa para que eu possa ser grato, que me dá sabedoria para que eu não faça o mal, que me dá discernimento para saber o que é da vontade Dele e o que não é e que me dá forças para seguir o caminho de Jesus!

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

AMAR A SAUDADE

Aprendi que o amor se manifesta diferente quando estamos distantes. Às vezes, chamamos apenas de saudade. Mas, não é só saudade. Amar a distância é amar uma espera, é amar algo que ainda está para acontecer. Amo a minha noiva, pois a conheci de perto e vivi com ela ótimos momentos. Agora, aprendo a amá-la, pelo que ainda poderemos viver. Pelas histórias não contadas e pelos silêncios não aproveitados.

Aprendo a amar cada dia, o abraço que vou receber, o beijo que irei dar e o cheiro de seu perfume que irei sentir. Aprendo a sonhar mais alto, não o sonho de um dia sermos um apenas. Mas, o sonho de sabe-se quando seremos um. Não adianta mais querer planejar, temos que caminhar junto com o tempo, junto com nossas transformações, e que não são poucas. Temos que pensar não mais em daqui uma semana, mas daqui a um mês, 1 ano, 4 anos.

Mas ainda prefiro amar a saudade, a amaldiçoa-la. A mesma expectativa que me anseia, é a expectativa que me faz querer avançar. A mesma ansiedade que me aprisiona, é a que me faz querer ser mais forte e melhor. Porque a saudade, um dia a gente mata, basta saber ser paciente e esperar. A saudade nos obriga a conhecer melhor nosssos limites e nos mostra quais são os limites do outro. Amaldiçoa-la, porque ela nos fere e marca, não adianta. Por isto, quero aprender a amar a saudade.

Melhor amar a saudade do que conviver com a perda. Melhor esperar o que sabemos que é nosso chegar no momento certo, do que corrermos atrás, ansiear-se demais e atrapalhar o andamento do amor. Porque o amor é bondoso e paciente, mas também nos exige que sejamos assim. Penso que lidar com saudade, seja como esperar um prato delicioso que leva muito tempo para ser preparado. Se apressamos as coisas, a comida estraga. Se esperamos o tempo certo, nos deliciamos de um saboroso banquete.