quarta-feira, 28 de julho de 2010

Quem inventou o amor?

Quem inventou o amor
Não imaginava no que estava por vir
Provavelmente foi alguém
Que por estar entediado, queria motivo pra sorrir

Este alguém, pessoa totalmente sem nexo
Pegou uma coisa tão descomplicada
E transformou em algo tão complexo
Fazendo destes jogos, uma grande cilada

Pior não foi quem inventou
Pior foi o que ouviu e acreditou
E ao sons de flautas e clarins se apaixonou

Agora, tenho a árdua missão
De explicar pra esta gente toda
Que a verdadeira felicidade está longe de ser uma paixão

terça-feira, 27 de julho de 2010

Oscar Wilde me fez pensar

Oscar Wilde, poeta e escritor, famoso pelo livro o "Retrato de Dorian Gray", certa vez, escreveu a seguinte frase: "Um homem pode ser feliz com qualquer mulher enquanto não a ame". Quando a li pela primeira vez, o considerei apenas um amargurado por ter sido amado e não correspondido - o que de fato aconteceu. Mas, como minha cabeça é repleta de ecos e reverberações, a frase ficou lá, vagueando de um lado pro outro, e numa dessas ela cutucou a parte que me diz que, no fundo, tudo faz sentido. E faz mesmo.

O maior problema de se amar uma mulher não é não ser correspondido, muito pelo contrário, ser correspondido no amor tem se mostrado apenas (in)felizes coincidências entre desejos e oportunidades.Então, se o problema não é este, qual seria? Simples. A capacidade que a mulher tem de tomar um pedaço de nós quando amamos. Sim, as vezes acredito nessa coisinha chamada amor, apesar dele ser muito mentiroso. Mas que problema há em entregar um pouco de nós para quem amamos? Eu respondo novamente: TODOS!

Quando entregamos algo a quem amamos entregamos o melhor que temos. Você não daria um par de meias pro seu pai no aniversário de 50 anos dele, nem tampouco, um avental pra sua mãe na bodas de casamento, não é mesmo? Damos os presentes mais caros e mais significativos. E quando a pessoa espera "provas de amor" damos o melhor que temos. Entregamos de bandeija a nossa maior felicidade, os nossos melhores momentos, o melhor sorriso, o melhor colo, o melhor carinho e o que dói mais, entregamos parte da tão desejada paz.

Não consiguimos ficar em paz quando amamos. O zêlo com o outro não nos permite descansar. Preocupamos com seus problemas e suas atitudes que podem acarretar em consequencias graves. E por que não dizer que o ato egoísta de resolver o problema do outro para ter descanso, não é uma forma de entregar o melhor que temos? Quando ao invés de amar agarramos as possibilidades de um futuro bom com alguém que nos faz bem, tudo é mais fácil. As coisas duram o tempo certo. Não há dor e nem sofrimento. E se o outro quiser se acabar, que se acabe. Se o outro quiser morrer, que morra. Não há o comprometimento do amor eterno, de partilhar todos os momentos, bons e ruins. Você divide o que quer e quando quer, e aceita tais divisões da mesma forma: o que quiser e quando quiser.

Sobretudo, não há as decepções. Não nos decepcionamos quando não temos expectativas, e não temos expectativas quando desejamos muito alguma coisa. E quando se ama, o que mais desejamos é que a pessoa seja infalível, ou que, pelo menos, falhe naquilo que não nos incomode tanto. Mas não dou esta sorte, nunca dei. Já vi este sentimento nascer e morrer dentro de mim mais do que eclipses solar. A até o mais intenso e forte deles, pereceram diante de uma decepção.

Por isso, as vezes, descobrir o amor em quem nos ama pode ser uma grande armadilha e sou induzido a acreditar em O. Wilde: "Um homem pode ser feliz com qualquer mulher enquanto não a ame".

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Em tempo, outra frase atribuida a O. Wilde: "Existem dois tipos de mulheres. As feias e as que se pintam" Devo concordar com isto também?

Protestos em...
5, 4, 3, 2, 1..

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Escritos Esparsos

Hoje é dia de exposição do livro "Escritos Esparsos" no Real E. Clube, aqui em João Monlevade. Os livros serão vendidos com desconto de 30% de hoje até sexta-feira.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Amor não é isso - II

Amor não é aquilo que te deixa de cama, ardendo em febre e sentindo calafrios. Isto se chama dengue. Amor é outra coisa.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Um Dia o Amor Acaba

Um dia o amor acaba. Depois disto, o que resta? Um dia o amor acaba e eu não sei onde a chama se extinguirá primeiro, se é em mim ou se é em você. No momento, não sei qual das duas hipóteses seria pior.

Por um lado, posso sair como a vítima da história toda, o injustiçado, aquele que fez de um tudo um muito para que desse certo e, no entanto, foi recompensado com todo desprezo que poderia existir em seu coração.

Por outro lado, posso ser o vilão, aquele que, apesar de tudo, um dia vai acordar e não vai querer saber do amor, dos momentos a dois e vai mandar tudo pro ar, dizimando toda alegria que um dia seu sorriso carregou.

Pode ser que o amor não dure, e tornemo-nos somente bons amigos. Pode ser que numa experiência mágica decidamos ao mesmo tempo que não nos amamos e que tudo o que passamos foi bom, mas já não servia mais. Que o nosso caso foi só mais um e nos faremos acreditar que há alguém muito especial à nossa espera, em algum lugar.

Pode ser que, mesmo que seja assim, a dúvida bata em nossos corações e nós voltaremos, talvez por egoísmo, talvez por querer ter só para saber que se tem e assim manteremos por perto as lembranças.

Pode ser que o amor ainda dure, mas as divergências e os empecilhos que a vida impõe sejam mais fortes e desta forma tudo acabe. Nos veremos na rua, os olhares se cruzarão, o coração irá bater mais forte e descompassado, iremos ensaiar um sorriso, um aceno, abaixaremos a cabeça e pensaremos “por que teve que ser assim?”

Pode ser ainda que ele não dure e nem se acabe, apenas se transforme em outra coisa, em respeito, em amizade, em companheirismo. Coisas muito bacanas de curtir, mas apenas com uma certa idade. O que é um namoro sem sentir aquele friozinho na barriga?

Pode ser que o amor dure para sempre e vivamos uma vida perfeita, sem brigas, discussões, preocupações e de forma que tudo pareça o “felizes para sempre” de todas os contos de fadas que já foram contados.

Pode ser também que nada disso aconteça, ou que tudo isso aconteça ao mesmo tempo. O amor não tem lógica e não serve para ser pensado. Então para que pensar na melhor forma de amar? Para que pensar se um dia ele acabará? Melhor é viver o que a vida oferece para ser vivido. Melhor é deixar os pensamentos para as coisas que foram feitas para serem pensadas e simplesmente viver o presente.

Pode ser que um dia o amor acabe ou talvez não, isto é incerto e faz parte da vida. Mas estas dúvidas só são respondidas quando nos colocamos em movimento. Sendo assim, simplesmente vamos amar. Pode ser que um dia acabe, mas se abrirmos mão de nossos amores, pode ser que nunca vivamos.

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Estes e outros textos você encontra no livro Escritos Esparsos. Para adquirir basta enviar um e-mail para raphael.godoy@yahoo.com.br. Logo após você recebe os números das contas para depósito, aí é só depositar e enviar o comprovante para e-mail. O valor do livro é R$15,00 e o frete é apenas R$5,00 para qualquer lugar do Brasil.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Amor, uma mera distração

Se o amor não é para sempre
Se tudo na vida se resolve de repente
Se pra toda desilusão há o perdão
e pra todo recomeço existe a paixão
Para que se preocupar em ter razão?

Ser contestado sobre a descrença no amor
é apenas uma consequencia de ser quem eu sou
Não que eu acredite que o amor não exista
Apenas creio que ele é para quem persista
na vaga idéia de que todo relacionamente é simplista

Mas de tudo que é mais complexo
o que mais me intriga é o relacionamento
Juras de amor sem nexo
E a felicidade passa a ser apenas complemento
O que importa é estar com quem se ama
Mesmo que doa como uma ferida que inflama

Planos feitos a dois que atendem a desejo de um
Sonhos abdicados em nome do ouro
Vida seca, vazia e sem sentido
E após tudo, alguém sempre sai arrependido

Por isso prefiro não acreditar no amor
Que parece ser feito de cristal
Que aos olhos de tantos é algo tão trivial

Prefiro acreditar nos desejos mútuos
Na sensação de segurança em ter em quem confiar
Em alguém para construir algo junto
Tendo isso? Para que amar?

Amor? Que nada! Prefiro ser feliz
Em ter alguém que sempre quis
Sem abrir mão de ser quem eu sou
Sabendo sempre para onde vou
Sem acreditar em ilusões ou distrações

Pois ser feliz é mais fácil que se imagina
e menos trabalhoso do que parece ser
Basta não viver como quem vive um conto de fadas
e aproveitar bem as oportunidades que a vida oferecer
Todo resto não tem importancia
são apenas estórias que ouvimos na infância

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Amor não é isso - I

Amor não é aquilo que te prende em casa e te deixa em pedaços. Isso é o Bruno, goleiro do flamengo. Amor é outra coisa.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Amor a três

O amor romântico é feito a dois
Deixa todo o sexo para depois
Começa na juventude
E na maturidade se encontra a plenitude

O amor moderno é feito a três
Privilegia, de cara, a nudez
Se desfaz do silêncio e da conversa
E termina pouco depois que começa

Amor a dois eu já experimentei
Um monte de vezes que nem contei
Mas invariavelmente me decepcionei

Agora, desta vez, eu quero amor a três
Amando alguém agora
E a outra na espera por sua vez

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Amar ou ser amado?

Se eu tivesse que escolher entre amar e ser amado, escolheria amar. Não, não sou um romântico inveterado e tampouco sou fascinado com amores platônicos e outras baboseiras do tipo. Sou apenas uma pessoa que gosta das coisas mais simples. Para amar não é preciso fazer esforço algum. É uma coisa que vem de dentro e sai para ser dividido com outra pessoa. Ser amado implica em se importar com os sentimentos de outra pessoa.

Quando se ama, o único que pode sair ferido é você mesmo. Quando se é amado, muitas vezes, quem se machuca é o outro. Ser amado implica em se esforçar para ser perfeito e eu sou muito apegado aos meus defeitos. São coisas que preciso melhorar, mas prefiro deixar para depois. Ao contrário de Raul, prefiro ser eu mesmo a uma metamorfose ambulante.

O legal de só amar é que nos contentamos qualquer bobagem. Um sorriso sincero, um olhar indiscreto, um abraço mais demorado. Qualquer pequena coisa se torna enorme. Lembro de quando ainda era um pré-adolescente e descobri o amor (ou coisa parecida). Coração disparado, boca seca, mãos suadas, rubor inexplicável e uma boca mais rápida que o pensamento – o que foi testado e comprovado diante das inúmeras besteiras que falava e só depois pensava que deveria ter dito outra coisa. Quando descobri que era amado, foi pior. E nem foi tão cedo – eu era muito feio e esquisito – mas isto é um outro capítulo. Enfim, quando descobri que era amado, foi pior. Não para mim. Mas tinha a competência de fingir que não percebia isto a todo o momento. A garota ficou com tanta raiva que não ia demorar muito para sair no tapa comigo. De acordo com ela só eu sendo muito burro para não perceber que ela gostava de mim.

As vezes penso no ato de amar como uma escolha, não um sentimento. Mas quando a gente ama, não conseguimos fazer escolhas sensatas e então voltava a acreditar que não tinha esta coisa de escolher. Mas, quando a gente ama temos a opção de parar de amar. Quando a gente é amado não. As vezes é quase impossível deixar de ser amado. Desfilamos com outra pessoa, dizemos que odiamos, mandamos a pessoa sumir, tratamos mal, mas nada disso adianta. Todo esforço de deixar de ser amado é em vão. Afinal, quem ama sabe, que quanto mais difícil, mais se é tentado a amar e “dobrar” a outra pessoa.

Outra coisa. Quando a gente é amado demais, as coisas tendem a ficar entediantes. Não há mais conquista. Por isso prefiro amar. Quem ama sempre quer conquistar algo ou alguém. Essa idéia bonita de amar e ser amado que é o desejo mais óbvio de todos que crêem nessa coisa chamada amor, se torna o maior pesadelo de todos aqueles que o encontraram. Aqueles que não se entendiam com a situação ficam com medo de que ela acabe e nos dois casos a ansiedade consome o melhor que temos.

Por isso todo dia quando acordo e me olho no espelho me pergunto. Amar ou Ser Amado? Quando tenho amor pra dar me respondo amar. Quando preciso receber amor respondo ser amado. Mas na maioria dos dias, quase sempre, me vem a resposta mais óbvia: Amor? Que nada!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Amor? Que Nada!

Amor? Que Nada! O que existe são estórias e histórias.

As belas estórias de amor terminam bem.
As reais histórias de amor, nem sempre.
As belas estórias de amor tem mocinhos e vilões.
As reais histórias de amor tem apenas vítimas.
As belas estórias de amor são verdadeiras.
As reais histórias de amor nem tanto.
As belas estórias de amor são contadas em livros.
As reais histórias de amor em ombros enchardos de lágrimas.
As belas estórias de amor começam por acaso.
As reais histórias de amor por vontade.
As belas estórias de amor são imaginadas.
As reais histórias de amor planejadas.
As belas estórias de amor são desejadas.
As reais histórias de amor invejadas.
As belas estórias de amor tem romance.
As reais histórias de amor tem química.
As belas estórias de amor falam de amor.
As reais histórias de amor reinventam o amor.

Amor? Que nada! O que existe são frases bem feitas.

Frases bem feitas para dizer que ama.
Frases bem feitas para dizer que odeia.
Frases bem feitas para provocar indiferença.
Frases bem feitas para fazer brilhas os olhos.
Frases bem feitas para esquecer alguém.
Frases bem feitas para se tornar inesquecível.
Frases bem feitas para prender.
Frases bem feitas para libertar.
Frases bem feitas para permanecer apaixonado.
Frases bem feitas para saber se o amor é real.
Frases bem feitas para mentir.
Frases bem feitas para ser sincero.
Frases bem feitas para dizer o que não se sente.
Frases bem feitas para convencer o sentimento alheio.
Frases bem feitas para deixar saudades.
Frases bem feitas para dizer que é amor.

Amor? Que Nada! O que existe são gestos.

Gestos de carinho.
Gestos de bondade.
Gestos de cuidado.
Gestos de repúdia.
Gestos de paixão.
Gestps de tesão.
Gestos de sim.
Gestos de não.
Gestos de fique.
Gestos de vá.
Gestos espontâneos.
Gestos bem pensados.
Gestos que provam o amor.

Amor? Que Nada. O que existe são fugas.


Fuga da verdade.
Fuga da solidão.
Fuga do desprezo.
Fuga do esquecimento.
Fuga de si mesmo.
Fuga do mundo.
Fuga dos problemas.
Fuga da realidade.
Fuga das mentiras.
Fuga do silêncio.
Fuga um antigo amor.

Amor? Que Nada! O que existe é a aceitação.

Ser aceito pelo que se tem.
Ser aceito pelo que se é.
Ser aceito pelo que diz.
Ser aceito pelo que mostra.
Ser aceito apesar dos medos.
Ser aceito apesar de só.
Ser aceito apesar das mentiras.
Ser aceito apesar dos defeitos.
Ser aceito mesmo que não haja nada.
Ser aceito mesmo que o mundo rejeite.
Ser aceito mesmo que não haja amor.

Amor? Que Nada!