Um dia o amor acaba. Depois disto, o que resta? Um dia o amor acaba e eu não sei onde a chama se extinguirá primeiro, se é em mim ou se é em você. No momento, não sei qual das duas hipóteses seria pior.
Por um lado, posso sair como a vítima da história toda, o injustiçado, aquele que fez de um tudo um muito para que desse certo e, no entanto, foi recompensado com todo desprezo que poderia existir em seu coração.
Por outro lado, posso ser o vilão, aquele que, apesar de tudo, um dia vai acordar e não vai querer saber do amor, dos momentos a dois e vai mandar tudo pro ar, dizimando toda alegria que um dia seu sorriso carregou.
Pode ser que o amor não dure, e tornemo-nos somente bons amigos. Pode ser que numa experiência mágica decidamos ao mesmo tempo que não nos amamos e que tudo o que passamos foi bom, mas já não servia mais. Que o nosso caso foi só mais um e nos faremos acreditar que há alguém muito especial à nossa espera, em algum lugar.
Pode ser que, mesmo que seja assim, a dúvida bata em nossos corações e nós voltaremos, talvez por egoísmo, talvez por querer ter só para saber que se tem e assim manteremos por perto as lembranças.
Pode ser que o amor ainda dure, mas as divergências e os empecilhos que a vida impõe sejam mais fortes e desta forma tudo acabe. Nos veremos na rua, os olhares se cruzarão, o coração irá bater mais forte e descompassado, iremos ensaiar um sorriso, um aceno, abaixaremos a cabeça e pensaremos “por que teve que ser assim?”
Pode ser ainda que ele não dure e nem se acabe, apenas se transforme em outra coisa, em respeito, em amizade, em companheirismo. Coisas muito bacanas de curtir, mas apenas com uma certa idade. O que é um namoro sem sentir aquele friozinho na barriga?
Pode ser que o amor dure para sempre e vivamos uma vida perfeita, sem brigas, discussões, preocupações e de forma que tudo pareça o “felizes para sempre” de todas os contos de fadas que já foram contados.
Pode ser também que nada disso aconteça, ou que tudo isso aconteça ao mesmo tempo. O amor não tem lógica e não serve para ser pensado. Então para que pensar na melhor forma de amar? Para que pensar se um dia ele acabará? Melhor é viver o que a vida oferece para ser vivido. Melhor é deixar os pensamentos para as coisas que foram feitas para serem pensadas e simplesmente viver o presente.
Pode ser que um dia o amor acabe ou talvez não, isto é incerto e faz parte da vida. Mas estas dúvidas só são respondidas quando nos colocamos em movimento. Sendo assim, simplesmente vamos amar. Pode ser que um dia acabe, mas se abrirmos mão de nossos amores, pode ser que nunca vivamos.
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