Oscar Wilde, poeta e escritor, famoso pelo livro o "Retrato de Dorian Gray", certa vez, escreveu a seguinte frase: "Um homem pode ser feliz com qualquer mulher enquanto não a ame". Quando a li pela primeira vez, o considerei apenas um amargurado por ter sido amado e não correspondido - o que de fato aconteceu. Mas, como minha cabeça é repleta de ecos e reverberações, a frase ficou lá, vagueando de um lado pro outro, e numa dessas ela cutucou a parte que me diz que, no fundo, tudo faz sentido. E faz mesmo.
O maior problema de se amar uma mulher não é não ser correspondido, muito pelo contrário, ser correspondido no amor tem se mostrado apenas (in)felizes coincidências entre desejos e oportunidades.Então, se o problema não é este, qual seria? Simples. A capacidade que a mulher tem de tomar um pedaço de nós quando amamos. Sim, as vezes acredito nessa coisinha chamada amor, apesar dele ser muito mentiroso. Mas que problema há em entregar um pouco de nós para quem amamos? Eu respondo novamente: TODOS!
Quando entregamos algo a quem amamos entregamos o melhor que temos. Você não daria um par de meias pro seu pai no aniversário de 50 anos dele, nem tampouco, um avental pra sua mãe na bodas de casamento, não é mesmo? Damos os presentes mais caros e mais significativos. E quando a pessoa espera "provas de amor" damos o melhor que temos. Entregamos de bandeija a nossa maior felicidade, os nossos melhores momentos, o melhor sorriso, o melhor colo, o melhor carinho e o que dói mais, entregamos parte da tão desejada paz.
Não consiguimos ficar em paz quando amamos. O zêlo com o outro não nos permite descansar. Preocupamos com seus problemas e suas atitudes que podem acarretar em consequencias graves. E por que não dizer que o ato egoísta de resolver o problema do outro para ter descanso, não é uma forma de entregar o melhor que temos? Quando ao invés de amar agarramos as possibilidades de um futuro bom com alguém que nos faz bem, tudo é mais fácil. As coisas duram o tempo certo. Não há dor e nem sofrimento. E se o outro quiser se acabar, que se acabe. Se o outro quiser morrer, que morra. Não há o comprometimento do amor eterno, de partilhar todos os momentos, bons e ruins. Você divide o que quer e quando quer, e aceita tais divisões da mesma forma: o que quiser e quando quiser.
Sobretudo, não há as decepções. Não nos decepcionamos quando não temos expectativas, e não temos expectativas quando desejamos muito alguma coisa. E quando se ama, o que mais desejamos é que a pessoa seja infalível, ou que, pelo menos, falhe naquilo que não nos incomode tanto. Mas não dou esta sorte, nunca dei. Já vi este sentimento nascer e morrer dentro de mim mais do que eclipses solar. A até o mais intenso e forte deles, pereceram diante de uma decepção.
Por isso, as vezes, descobrir o amor em quem nos ama pode ser uma grande armadilha e sou induzido a acreditar em O. Wilde: "Um homem pode ser feliz com qualquer mulher enquanto não a ame".
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Em tempo, outra frase atribuida a O. Wilde: "Existem dois tipos de mulheres. As feias e as que se pintam" Devo concordar com isto também?
Protestos em...
5, 4, 3, 2, 1..
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